Descrição
A belíssima cerâmica preta dotada de abundantes ornamentos gráficos é a materialização da cultura dos povos Tukano do noroeste amazônico.
Feita por mulheres dos povos da família linguística Tukano Oriental, a produção da cerâmica passa por um movimento de recuperação e revitalização levado adiante por grupos de artesãs de algumas comunidades na bacia do rio Uaupés.
O avanço da colonização no Rio Negro provocou a substituição dos instrumentos tradicionalmente utilizados por produtos industrializados, restringindo as práticas de fabricação cerâmica na região. Por iniciativa das mestras ceramistas de Taracuá (rio Uaupés, Amazonas), foi criada uma das primeiras associações de mulheres indígenas, a AMIRT, cuja linha central de atuação é promover a circulação de conhecimentos usados na produção cerâmica para jovens aprendizes.
O resultado dessas ações de fortalecimento cultural das mulheres tukano é a estruturação de uma de uma importante cadeia produtiva do noroeste amazônico!
Cada peça representa a beleza e a força dos saberes ancestrais das mulheres tukano que carregam um conjunto de práticas de manejo e produção sempre acompanhadas por cantos e benzimentos.
As cerâmicas fazem parte do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, reconhecido como patrimônio imaterial cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).